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ORAÇÃO E UNÇÃO

  • Foto do escritor: lujpaixao5
    lujpaixao5
  • 19 de fev. de 2016
  • 5 min de leitura

ORAÇÃO E UNÇÃO

"E quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles: porque deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais." (Mt 6.5-8)

A oração na vida do cristão é fundamental. Orar é falar com Deus, estabelecer uma relação de comunhão e amizade que garante direção e orientação para a vida. Sobre a oração muitas frases foram escritas com o objetivo de ressaltar a sua importância, destacamos algumas delas:

“O cristão nunca deve permitir que o adversário o derrube a não ser de joelhos em oração.” “As reuniões de oração são o marca passo da Igreja. “ “A Oração deve ser a chave que abre a porta do dia e a tranca que fecha de noite.” "Um homem que não ora é perigoso, pois seus únicos ideais voltam-se para si mesmo”.

Estas e outras frases demonstram que na vida cristã muitos servos de Deus, na prática entenderam os benefícios da oração em sua existência. O senhor Jesus no sermão do monte estabelece alguns princípios norteadores para uma prática de oração saudável. Em primeiro lugar a nossa oração não deve ser um exercício de aparente piedade. Alguns fazem oração com o objetivo de se destacarem perante os outros. O juízo de Deus foi severo ao chamá-los de hipócritas, isto é, pessoas que demonstram algo diferente do que na realidade vivem. Em segundo lugar a oração não se deve prender à formulas, métodos, repetições como os seguidores de outras crenças e religiões. É justamente esse ponto que queremos esclarecer. A grande maioria dos evangélicos vieram do catolicismo, do espiritismo e das religiões afro-brasileiras como o candomblé e a umbanda. É comum que alguns resquícios do culto e da forma dessas crenças existam ainda na vida de alguns crentes. Se não houver um bom discipulado e fundamentação bíblica certamente ocorrerão confusões doutrinárias. Por exemplo: 13 de janeiro passado foi a sexta-feira 13, um dia considerado pelos não crentes como amaldiçoado. Nesse dia uma igreja considerada evangélica fez a "noite do descarrego" para anular as influências negativas dessa data. Com esta atitude, tal igreja está fortalecendo a superstição e ainda está utilizando um termo que não é cristão (descarrego) confundindo os novos na fé. Um detalhe, Jesus não fazia campanhas contra datas pagãs mas onde passava ensinava e pregava o evangelho da salvação. Não podemos nos apegar em formas de oração que não tem relação com a Bíblia. Um assunto tem sido objeto de preocupação: a unção. No Novo Testamento a única referência que temos ao uso da unção com óleo na igreja está em Tg 5.14,15a "Está entre vós alguém doente ? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará..."

Nos tempos bíblicos o óleo era utilizado para fins terapêuticos indicando para os dias de hoje que o Senhor pode curar através dos médicos e remédios. Mas o óleo também é um símbolo da presença do Espírito Santo indicando que Deus pode curar sobrenaturalmente o doente sem a intervenção da medicina. A unção de enfermos descrita por Tiago está relacionada com a passagem em Mr 6.13 onde os discípulos de Jesus também ungiam enfermos:

"Expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo".

Outras referências de unção no NT são relativas a Jesus: a unção dos pés de Jesus por uma mulher (Lc 7.38) e a unção do corpo de Jesus após sua crucificação com óleos aromáticos ( Jo 19.39,40) Cristo e os apóstolos oraram pela cura de enfermos de várias maneiras. Devemos entender que a cura pode acontecer com ou sem a unção com óleo. Se a vontade de Deus é a cura de uma pessoa a forma não irá influir. Agora a maior preocupação reside na unção realizada em várias situações como: desemprego, problemas afetivos e relacionais, batismo no Espírito Santo e outras. Na Bíblia não existe referencias que apoiem uma unção indiscriminada. No Antigo Testamento a unção estava relacionada com reis, profetas e sacerdotes. Por exemplo, Samuel unge a Saul e a Davi (I Sm 10.1; I Sm 16.13) e Elias no monte Horebe recebe a ordem de Deus para ungir os reis Hazael e Jeú e o profeta Eliseu. Essa unção era realizada uma única vez como sinal de autoridade divina delegada aos líderes do povo de Israel. Atualmente no momento da consagração de um pastor é feita a unção pelos outros pastores, baseada nesses textos, como símbolo de autoridade. A não ser que haja uma direção específica de Deus compartilhada por toda a Igreja e a liderança para ungir nos casos que não são mencionados na Bíblia, nós desaconselhamos a prática da unção para qualquer situação. Não queremos que o uso seja banalizado em nosso meio. Há lugares em que crentes fazem unção no local da doença trazendo constrangimento aos enfermos, mandam beber o óleo para doenças internas e ungem até animais. Nós não aceitamos essas aberrações. Consoante a unção de objetos, no Antigo Testamento em Ex 30.22-33 os utensílios do Tabernáculo e o sacerdotes foram ungidos com óleo aromático especial para a obra de Deus na época de Moisés. Essa unção simbolizava uma consagração daquele local e do seus objetos para serviço exclusivo da obra de Deus. Não devemos utilizar esse texto para justificar a unção de objetos pois a passagem bíblica não é normativa mas sim um evento isolado e específico. Deus não está dizendo que devemos ungir carro, casa, instrumentos, fotos, roupas, cartas, etc. O Tabernáculo simbolizava a vida do cristão e o óleo, o Espírito Santo. Hoje Deus já tem nos ungido com a presença gloriosa do seu Espírito não necessitando de outra unção. Alguns advogam que roupas precisam ser ungidas dizendo que o apóstolo Paulo assim o fazia. O texto bíblico não confirma essa versão: "E Deus, pelas mão de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam de suas vítimas, e os espíritos malignos se retiravam." At 19.12 Paulo não pedia para que trouxessem roupas para serem ungidas mas roupas eram levadas para os doentes. Com Jesus aconteceu algo semelhante, uma mulher hemorrágica foi curada tocando as vestes de Jesus. Mas é importante ressaltar, nem Jesus, nem Paulo orientaram as igrejas a praticarem esse tipo de cura. Simplesmente aconteceu naqueles lugares mostrando que Deus age de formas distintas e maravilhosas. A respeito da unção podemos concluir o seguinte:

  1. Deus orienta a igreja a ungir somente enfermos (Tg 5.14,15).

  2. No AT Deus mandava ungir apenas reis, profetas, sacerdotes como símbolo da presença do Espírito Santo. Hoje o Espírito de fato está na vida do cristão.

  3. Os únicos objetos ungidos eram aqueles utilizados no Tabernáculo. Hoje os utensílios ungidos são os dons e os talentos do cristão que é o Templo do Espírito Santo na atualidade.

  4. Jesus e Paulo não deram nenhuma instrução para ungir roupa

Não devemos agir sem conferir a nossa prática com a Bíblia. Mesmo que alguns líderes tenham esse costume , ou até mesmo igrejas, nós não devemos fazer algo porque está na última moda ou porque aprendemos assim. Paulo elogiou os bereanos porque conferiam na Bíblia o que ele estava pregando. Não somos infalíveis, mas como igreja devemos pregar a Palavra de Deus no poder do Espírito Santo. Conferir nossas atitudes e práticas com a Bíblia não é ser tradicional, mas sim crente no senhor Jesus. Que Deus nos ajude, amém.


 
 
 

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